Se eu namoraria uma mulher???


À duas semanas atrás conversando sobre a vida amorosa, com colegas no evento em que trabalhei na PUC RS,  me fizeram uma pergunta que por esses dias tem me feito pensar, refletir e não chegar a nenhuma conclusão! Não curto esse lance de não ter posicionamento, de não ter opinião formada sobre algo. Mas, nesse caso,  realmente não sei ainda a resposta!

A conversa era sobre "amar enquanto o outro só quer sexo", uma das meninas apaixonada enquanto o rapaz com quem ela fica eventualmente apenas curte ficar com ela, mas já deixou claro que não deseja se envolver de maneira séria. Contou a ela que já sofreu, já amou e foi magoado, rejeitado e tem medo de sofrer com uma nova perda. Ele teme se envolver e ela via a abandoná-lo. Pode?
Pensei que esse tipo de insegurança fosse uma questão pertencente unicamente ao universo feminino.

Mas enfim, relatei meu caso. Comentei que já havia me apaixonado em uma relação desde o início sabidamente de SOMENTE SEXO, sem nenhum outro tipo de envolvimento. Contei o quanto eu sofri e que essa paixão, esse sentimento ao mesmo tempo que me fez tanto bem também por outro lado me trouxe muito sofrimento. Porque me vi amando alguém que por mim  somente sentia tesão.

Falei do quanto era gostoso estar com a pessoa (não revelando que era uma mulher), mas que a pessoa não tinha a saudade e vontade de repetir o encontro com tanta frequência quanto eu. Por mim nos veríamos toda semana, mas ela tinha faculdade, trabalho, prova, sempre uma desculpa... Eu chorava por não entender essa paixão e por não ser correspondida também! Chorava muito!
Então, tive que cair na real, me valorizar. Amor próprio é fundamental! Quando resolvi me valorizar, parei de chorar! Não ficava mais à espera de mensagem, ligação, etc... Não criava fantasias e ilusões. 
Buscava outros encontros, outros sabores, outros perfumes e outras sensações. Enfim, não parei no tempo. Me permiti vivvenciar outros momentos ao invés de sofrer e encucar! 

Elas imaginando que esse relato fosse de algo ocorrido há muitos anos atrás, antes de eu casar...
Mas daí eu deixei uma brecha... Ela me perguntou se foi fácil assim, e respondi com a verdade "Não, ainda chorei algumas vezes, ainda me iludi que voltaria, AINDA LEMBRO E AS VEZES CHORO"! 
Quando eu disse que às vezes ainda choro, ela se deu conta de que poderia ser algo recente. Ficou confusa... Perguntou: "como assim"??? Perguntou se era algum amante, se eu traio ao meu marido, se eu ainda me encontro com ele... Dez perguntas de uma só vez!

Daí tive que contar a história toda... Desde o início! 
Que um dia senti atração por mulheres, que tomei coragem e contei ao meu marido, que ele me encorajou a realizar essa vontade ou fantasia, que conheci uma menina linda, legal e me apaixonei por ela. Tem o texto (OS textos) dessa paixão aqui, e de todos os grilos que isso me causou.

É incrível o espanto em que as pessoas ficam, por uma transexual ser apaixonada por uma mulher. Devem pensar "Existe transexual lésbica"? Ou será que a pessoa 'se arrependeu'? Kkk
Acho que ela ficou mais chocada pelo fato de ser por uma mulher meu sofrimento do que pelo fato de ser em uma relação extra-conjugal. Mas eu adoro provocar o debate, levar as pessoas a pensar... 
À conhecer outras nuances da vida. Outras realidades, e nesse caso, algo novo até mesmo para mim!

A conversa esquentou, várias outras perguntas surgindo, então veio a principal: "O que tu queria dela sendo tu casada? Tu namoraria com ela? Deixaria teu marido para ficar com ela? Hã???
Na hora, num ímpeto, respondi que jamais! Tá louca? 

Ela somente disse para eu parar de ser preconceituosa (logo eu),  e me mostrou o quanto eu estou insegura e vulnerável nessa questão... Porque reclamava por ela não querer nada sério e não ter tempo para nós, mas também não queria nada sério... Felizmente o trabalho nos chamou, não voltamos a tocar no assunto, e creio que essa conversa morreu ali, pois não sei se um voltaremos a trabalhar juntas ou a nos encontrarmos. Até que é bom por um lado, pois estou tendo muito tempo para pensar!

A questão do "namorar", já é uma realidade. Já tenho uma quase namorada. Com total conhecimento, apoio e aprovação do marido! Então namoraria uma menina sim, sem grilos! Mas, se (Deus me livre) o romance ficasse sério, eu entraria em parafuso! Não me vejo casada com uma mulher!!!
A menos que não deixasse meu marido, meu amor... Se formássemos um trisal, ele, ela e eu. Aí sim!
Esse lance de poliamor é algo muito novo e desconhecido da maioria das pessoas, mas creio que dê certo sim. Nunca havia pensado na possibilidade antes daquela conversa. Só queria registrar mais essa inquietação, compartilhar mais essa passagem da minha vida com meus leitores. Beijo à quem acompanhou até o final, obrigada pelo carinho do interesse. Deixe sua opinião, é importante!








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentario... Mas seja coerente com o texto e respeitoso (a) ao formular seus comentários... Este espaço é seu, então torne-o um agradável espaço de comunicação!