Ao participar do grupo de acompanhamento do Hospital de Clinicas de Porto Alegre por dois anos e meio, e até mesmo com o convivio com pessoas do meio (ou não), notei que sempre (ou quase) espera-se comportamentos, atitudes e até estereótipos comuns no imaginário popular...
Aquela coisa do "feito em série", sabe??? Parece que as pessoas tem que serem exatamente iguais, para ganhar aquele "carimbo" que lhes torna aptas à cirurgia, ou que justifica as que já fizeram.
Não sei quais são os critérios e conceitos que são utilizados pelas equipes multidisciplinares para identificar uma personalidade e um comportamento transexual?
Será que transexual é somente aquela pessoa que é perfeita na imagem do sexo desejado, fala baixinho, usa roupas discretas, não se prostitui, e até mantém-se geralmente virgem e casta até após a cirurgia, pela questão da rejeição da genitália?
Por que tantos tabús acerca de uma questão que é sabidamente interna?
Porque os critérios que ouví até hoje utilizados, são extremamente técnicos, de literatura. E geralmente, acompanhando outras trans, sei que não expressa a realidade e o cotidiano da maioria das transexuais. Não contempla suas reais nessecidades, e não respeita suas especificidades.
Já fui criticada por usar saia curta, maquiagem forte, silicone no corpo, ir na Parada Gay, usar peruca, me prostituir, ir a boate gay, entre outras coisas (inclusive por profissionais do HCPA).
Não é esta uma forma de discriminação? Não aceitar que pessoas podem ser diferentes mesmo sendo "iguais"? Querendo torna-las um PADRÃO estereotipado?
Mesmo no meio de travestis e transexuais existe este tipo de preconceito; se a transexual se porta e reconhece como mulher, É Close! Se tem jeito "afetado", dizem que é muito "travecão",
-"Por que é que se operou, então"???
Então somos sempre julgadas e condenadas de qualquer forma. Pelo menos, pelas travestis não soa tão agressivo, por ser de alguém tão próximo.
Mas de pessoas em geral, da sociedade, que nada sabe e não vivencia nossas questões pessoais, não dá para aceitar. Pois não julgo o que não conheço!
Não sou, e nunca quiz ser um exemplo como transexual, quero sim, ser uma pessoa exemplar!
A maioria das transexuais não se vê em mim, algumas não concordam com meus pensamentos.
Mas apenas sou como sou, sem me importar nem me preocupar com comentários e julgamentos.
Como diz aquele ditado: Somente somos nós mesmos quando estamos sozinhos!
Então esqueço que sempre tem alguém em volta, e SOU EU MESMA!
temos que ser nos mesmos e realizar nossos desejos mais profundos
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