Regulamentação e legalização da prostituição

Tenho acompanhado nas emissoras de televisão, em quase todos os programas jornalísticos, a guerra contra e exploração sexual. Quase uma caça às bruxas. Só na Band, acompanhei três matérias diferentes em um único mes. Condenando a exploração de quem se prostitui (louvável), mas colocando profissionais do sexo e seus clientes em situações de constrangimento e marginalidade, apesar de frizarem que a prostituição não configura crime no Brasil. A exploração dela sim.

Fico feliz por estarem preocupando-se um uma parte da população que vive nas sombras da sociedade, que alimenta esse filão chamado sexo! Mas penso, serão as pessoas que se prostituem, atores sociais, os alvos dessa "proteção"? Penso que não! O que incomoda na verdade não é termos adultos, crianças e adolecentes explorados sexualmente nesse lucrativo mercado do sexo, mas os governos não ganharem sua fatia desse "bolo"! Pois querem acabar com as casas de prostituição, para assim erradicar a exploração sexual. Mas em contra-partida preparam a legalização desta modalidade, que garantirá o arrecadamento de impostos e tributos sobre os rendimentos das mesmas casas de prostituição.
A fatia do bolo.

A regulamentação asseguraria direitos básicos aos profissionais do sexo, para que pudessem exercer com dignidade a profissão escolhida, tendo seus direitos previdenciários e trabalhistas previstos em lei seguros. Mas legalização não seria a palavra certa, uma vez que a prostituição não é ilegal, nem crime. Talvez ato infracionário, dependendo das condições e circunstâncias.
Desde os tempos do rufianismo, pessoas são exploradas, e desde muito antes pessoas se prostituem. E certamente continuará crescendo esse mercado. Antigamente, dizem as mais antigas na batalha, a europa era "o luxo", as brasileiras ganhavam muito dinheiro e assim construiam suas vidas no Brasil. [Talvez assim tivesse iniciado a mudança social, de as travestis morarem em guetos, geralmente pensões palpérrimas e sujas. Agora compravam seu bom apartamento, carro, etc]

Hoje, devido o aumento da oferta e procura, a situação mudou bastante. A concorrência, e questões como violência e drogas por parte de algumas aos poucos torna a realidade mais dificil.
E a "nova safra" não está facilitando a vida das mais antigas não. Agora as meninas (vou falar nas travestis e transexuais) chegam na esquina a partir dos 16 anos. Quase sempre lindas, outras com grande potencial. Em pouco tempo, com velocidade meteórica, fazem dinheiro, submetem-se às cirurgias plásticas necessárias para estarem de acordo com as exigências do mercado e então voam para a europa. Algumas infelizmente ficam por aqui, pos encontram pelo caminho do deslumbramento o entrave quase que fatal das drogas. Essas (drogas) são as tesouras responsáveis pelo corte de suas asas! Deicham de sonhar.

Mas a prostituição deve ser vista e respeitada sim como uma profissão. Digna e profissional. E assegurar os direitos e destacar os deveres (profissionais, sociais e civis) desses atores sociais é uma necessidade urgente e parece que esquecida... Além disso, humanizar a profissão. Tornando a prostituta, a travesti, o garoto de programa alguém que vende fantasias, não o corpo. Pois quem vende o corpo vira escravo sexual, uma vez que seu corpo pertence ao outro e ele dispõe desse corpo como bem desejar.
Os profissionais do sexo são pessoas comuns quando fora de seu expediente de trabalho, tem familia, namorado (a), marido (a), problemas, sonhos, sentimentos.

2 comentários:

  1. Ola Cris, regulamentação é uma faca de dois gumes, ainda mais quando se parte da política brasileira, onde muitas vezes mais interessada em aumentar a arrecadação do que oferecer benefícios.

    Acredito que o governo ta mais interessado em garantir sua fatia do bolo para aquelas que compram seu apartamento, seu carro e suas coisas do que para aquela que realmente precisa, com problemas de drogas, saúde ou onde mal consegue o dinheiro pra pagar a diária em casa de cafetina.

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  2. Olá Pimenta!
    É verdade... Tratando-se de um governo que governa para as maiorias e deseja das minorias e pobres (maioria) apenas o voto, ex. o bolsa familia, usado como moeda de troca na busca por votos... Duvido que teriam um olhar preocupado com as necessidades e qustões dessas e desses profissionais. E oferecer a elas condições dignas de escolhas de permanecer ou ingressar em outra área (como escolha, e com qualificação gratuita e remunerada).

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