20 de setembro Marco da Revolução Farroupilha

Hoje venho falar desta data, que é muito importante para os gaúchos, e para a história do Rio grande do Sul. Marca o início da Revolução Farroupilha, que durou dez anos  ( 1835 - 1845) e tinha como objetivo propor melhores condições econômicas ao Rio Grande do Sul.

Foi numa noite de 20 de setembro de 1835, que as trpoas lideradas por Bento Gonçalves tomaram a capital gaúcha, dando início à esta revolução que vive ainda hoje, nos corações, na bravura e no orgulho desse povo que ama e cultiva suas culturas e tradições.
Tenho sim orgulho de ser desta terra! Onde existe certo "machismo" e também alguns problemas sociais, comuns às grandes metrópolis, mas a força desse povo e a beleza de corpo e alma desses guris e gurias é algo encantador e até emocionante. Quando vejo crianças aprendendo e cultivando a tradição declamando, dançando, usando as pilchas (vestimentas tradicionais dos gaúchos e prendas), tomando chimarrão, ou tão somente assistindo encantados ao desfile do 20 de setembro, floresce dentro de mim esse orgulho maior de ser gaúcha, e brasileira.

Meu Rio Grande do Sul também é responsável por medidas e legislações pioneiras de inclusão e cidadania: O uso do nome social em serviços públicos (escolas, postos de saúde, hospitais), retificação de registro civil aos trnsexuais estendendo-se agora por último às travestis, direito à adoção LGBT, Direito de acesso e recebimento de INSS de parceiro em caso de falecimento, direito à inclusão de parceiro LGBT em plano de saúde (privado ou empresa) e muitas outras conquistas para a população LGBT.

Infelizmente algumas coisas ainda podem e precisam melhorar, como o respeito e tolerância com quem aos seus olhos parece "diferente". Não ver o outro por fora apenas, não segregar, não excluir, não agredir. Mas ver o ser humano comum, acolher, incluir, deixar viver sua vida como é feliz. Orientação sexual não nos torna menos humano; matar por conta dela sim! É triste saber que um estado pioneiro em Políticas de Inclusão e Cidadania, também tem altos índices de agressão à LGBTs.

Eu tenho muito apreço pela cultura gaúcha. Em minha casa ouvimos somente a Rádio Liberdade, afinal "O Gaúcho não Vive Sem Rádio", gostamos (meu marido e eu) de ouvir as músicas tomando chimarrão, realizando nossas atividades, enfim. No inicio, música gaúcha aqui em casa era somente aos domingos, pois pela manhã o chimarrão era na companhia do Volmir Martins, do Glênio fagundes ou do Romera, em seus respectivos programas, no SBT, TVE e Ulbra TV. Era muito bom. Esperava começar o programa para começar o "chima". Geralmente, no domingo acordávamos mais tarde, então contávamos com a companhia do Glênio Fagundes e da Malú (Maria Luiza Benites) as 11 e depois do Romera, ao meio-dia.

Mas sinceramente, tenho medo de por exemplo, ir ao Acampamento Farroupilha. Devido a algums acontecimentos de agressão e de discriminação sofrido por conhecidos, temo poder ser uma vítima em potencial. O primeiro caso que acompanhei (o Brasil inteiro, aliás), foi das agressões ao meu querido e amado amigo  Capitão Gay de Pelotas, o advogado José Antonio San Juan Cattaneo. Foi covardemente atacado em duas situações, por expressar-se (manifestar-se) enquanto gaúcho tradicionalista GAY.
Não pode? Um gaúcho, caso LGBT deve negar seu amor por este chão? Até recebi o convite de amigos, patrões de um piquete no acampamento em porto Alegre para passar por lá, mas preferi recusar.

Uma pena sermos impedid@s de manifestar, vivenciar e explorar o tradicionalismo e nossas raízes, por sermos "diferentes". Será que a bandeira do arco-íris assusta? Será que desejarmos ocupar todos os espaços na sociedade, como cidadãos que somos, ofende? Não sei, mas desejo ainda ver um piquete de respeito à Diversidade (ocupado por ONGs e ativistas LGBT) no Acampamento Farroupilha! Com a Bandeira do Rio Grande tremulando ao lado da bandeira do Arco-iris. Nesse dia saberemos que a luta valeu a pena. Que o San Juan Cattaneo não afrontou; contestou, reinvindicou. Que esse povo não é hipócrita e machista, mas pioneiro e acolhedor.
Para muitos pode parecer utopia, para mim é um sonho.


Hino Rio-Grandense


Letra: Francisco Pinto da Fontoura
Música: Joaquim José de Mendanha
Harmonia: Antônio Corte Real

Como a aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o Vinte de Setembro
O precursor da Liberdade

Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda a terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo


Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda a terra

2 comentários:

  1. Oi. Achei essa publicação quando procurava por "prenda transexual" na internet. Queria saber se você frequenta algum CTG ou algo do tipo, se chegou a ir em algum acampamento farroupilha ou mesmo se já frequentou algum lugar com a indumentária gaúcha (vestido, saia de armação, bombachinha, etc). Tenho enorme apreço pelas tradições gaúchas, em especial pelos vestidos e pelo chimarrão. Mas temo que nunca poderei compartilhar dessa cultura nesses espaços.

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    1. Oi Cintia! Tudo bem? Obrigado por sua contribuição.
      Não frequento nenhum CTG, quando morava em Canoas, ia com amigos na "Bailando a do Gaucho", mas era CTG só no nome, tocavam bandas diversificadas. Era um agradável espaço de diversão e éramos super bem tratadas...
      Mas, em CTGs mesmo, creio que não somos bem vindas não, enquanto mulheres transexuais! No acampamento Farroupilha já visitei, após essa postagem. Pois uma querida amiga é patrona de um Piquete lá. O Piquete Rodrigo Cambará, de Eldorado do Sul. Sei que naquele espaço todos são bem vind@s, oois a patrona Arminda Souza é uma baita mulher, livre de preconceitos e machismos.
      Certa vez já coloquei a indumentária típica da prenda completa sim, mas foi ma casa de uma amiga! Apenas saimos na rua para um rolezinho na quadra da casa dela. Para ter o gostinho! Caso descubras um CTG ou piquete LGBT, me avisa, tá, vamos curtir uma bailanta juntas. Beijoka.

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