As Pessoas Trans e o Uso de Banheiros Coletivos e ou Públicos.

Tuitando nesta noite de quinta-feira, enquanto assistia à Grande Familia (que eu adoro), li um TT com um Link, que levava à este tópico na comunidade "Homofobia já era" do Orkut.
Fiquei chocada com a situação, por se passar em uma empresa, de grande porte, e creio que até quem sabe uma multinacional.
Pois sei (e em meu tempo de trabalhos na ONG atendiamos) de casos de intolerancia desta natureza em  banheiros de escolas, e locais do gênero,  Shopping Center, lojas de departamentos, e até mesmo de boates "GLS".
Imagine a situação da pessoa, tendo "restrições" às suas necessidades fisiológicas, pois não pode frequentar ao banheiro adequado ao seu gênero. E a humilhação e constrangimento, se acaso tiver de utilizar-se do banheiro masculino. Constrangimento para ela e as demais pessoas que tiverem que dividir o banheiro com alguém externamente pertencente ao outro sexo.
Na mensagem abaixo, entitulada como AJUDA, a pessoa explica tratar-se de uma MTF, que já está inserida no grupo para o processo transexualizador, que já dera a entrada legalmente para a retificação de seus documentos e registro civil, etc... Como se ISSO garantisse à ELA o DIREITO de utilizar tal banheiro.
Mas e se tratasse de uma travesti. Que por ser diferente da transexual, não deseja realizar uma cirurgia para a construção de uma vagina, pelo contrário, está feliz e realizada com seu pênis (e tem o mesmo direito à retificar seu nome nos documentos)? Só por esta diferença (que ninguém vê e nem sabe) ela deveria ou poderia ser impedida de utilizar o banheiro feminino?
Não, gente!!! Pois como desde o inicio, ao referir-me à este caso, exaltei a questão mais importante que é a do GÊNERO! Não importa (ou deveria importar) o sexo; pois sabemos que sexo é apenas expressão biológica. Nasce-se masculino ou feminino (não homem ou mulher). E gênero é expressão social, como eu me expresso para a sociedade. Como eu me visto, como sou conhecida (Cristyane), como me identifico.
gênero FEMINO (ou masculino no caso dos FTM).
Então, isto posto, as TRAVESTIS e as TRANSEXUAIS tem o direito sim de frequentar (utilizar) o banheiro feminino.
Essa história mexeu tanto comigo porque lembrei daquela situação que já contei aqui uma vez, da humilhação pela qual passei no Posto de Saúde aqui do Bairro pois não queriam me atender pelo nome social (ainda não havia retificado meus documentos). Eu chorando, relatei toda a situação, que tinha realizado a readequação e aguardava o deferimento para a troca de meu nome nos documentos, etc...
... E que mesmo que não fosse assim, teria o direito à um atendimento digno; e nem assim adiantou.
Oque ouvi foi "Se ele quiser esta consulta, se ele quiser ser atendido, vai ser como homem. Vale o que está no papel". Até quando estas demonstrações tão dolorosas de intolerância? Até quando valerá o que está no papel? Ou o que temos entre as pernas?
Porque chocamos e agredimos tanto ao usar um banheiro, querer usar um nome com o qual nos identificamos, amar e beijar uma pessoa do mesmo sexo, adotar (acolher) uma criança que sonha com um lar, ter direitos assegurados após anos de uma relação DE AMOR e companheirismo (INSS, pensão, bens)... ??? ...
Pelo menos neste caso não lhe negaram o direito de ser conhecida e chamada na empresa pelo nome com o qual ela se identifica e assim tornaram um pouco mais leve o martirio deste ser humano, desta profissional. Que aliás, se chegou ao posto que ocupa, deve tratar-se de uma excelente e honesta profissional.
Para uma empresa, não deveria ser este o único interesse? Além, lógico de fomentar a união e respeito entre os funcionários, respeito e um ambiente de trabalho mais humanizado...
Agora, temos que acabar por vez com o problema. Não obrigando a Funcionária a usar um banheiro para deficientes (até nessa situação querem imputar-nos algum tipo de deficiencia), ou à aluna, que use o banheiro dos professores, etc... Mas sim, fomentar e implementar politicas de inclusão e que desmotivem o ato de descriminação em geral para sanar sim o problema, e não alongar simplesmente, o estopin de uma possivel bomba que tem vários nomes. Neste caso: TRANSFOBIA!!! 
Por Cristyane Oliveira.

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