Transexualidade na Infância: parece que estou revivendo algo!

Já havia pensado por vérias vezes neste post, mas sinceramente, tive muito receio de escreve-lo pela delicadeza da situação... Desde muito cedo, a muito tempo que noto comportamentos muito peculiares em meu sobrinho, que hoje tem sete anos.
Suas maneiras, suas preferências, suas duvidas e certezas, em tudo me recordam algo que por Deus, queria esquecer!
Tem um geito doce, delicado e algumas vezes totalmente feminino, por vezes uma certa tristeza no olhar, e uma "compulsão" exagerada por tudo que norteia o universo feminino: bolsas, pinturas, sapatos e bonecas, então!!!
E a cada vez que o vejo chorando e gritando deseperadamente por terem tomado-lhe uma boneca das mãos, sofro muito, pois esta lembrança ainda é tão viva na alma, que caem as casquinhas das feridas. Sofro em dobro, pelos dois.
Minha familia é regida por muito amor e respeito, mas também pelas "leis de Deus", por minha familia toda ser evangélica. E crêem que agora, com a fé e conhecimentos da Palavra e de seu uso, não aconteceria com ele o que aconteceu comigo, que se "naquele tempo" tivessem este conhecimento isso não teria acontecido.
É mesmo muito delicado. Pois temos a ignorância, a intolerância e o desrespeito pelo ser humano em desenvolvimento e formação, justificados (?) e erroneamente atrelados à fé, vontade e punição Divina.
Temo pelo desenrolar dessa história, pois não poderei ver um serzinho amado ser vitima de repressão e chantagem emocional, pois passei por isso, e sei no que dá.
Penso tanbém em como será no dia em que ele descobrir que a tia (eu) é transexual. Que nasceu menino e "virou" menina... Será que pensará -"se deu certo com ela, pode dar certo comigo"?
Pois certo dia ele chegou para mim (bem perto) e perguntou -"Tia Cris, eu sou mulher"? eu disse que não, claro. Dai ele novamente perguntou se era então menina, disse que le era menino ( lembrei de quando eu perguntava também, e do desapontamento que sentia quando diziam que eu era menino) Eu disse "tu é menino, não menina" Ele então respondeu "Mas eu vou ser".
Fiquei tão perplexa que a conversa terminou ali!
Então hoje, finalmente compartilho esta situação, e busco matérias sobre crianças transexuais e transexualidade na infância na internet, que possam ajudar, para uma futura e inevitável conversa com meu irmão e cunhada!
Temo sobre o futuro de meu sobrinho, e desde já friso que torço, espero, e peço à Deus que ele não seja trans, mas que se por acaso o seja, seja recebido e respeitado pelo o que é, por sua essencia pura e amável, por ser um ser humano, portanto criatura de Deus e por Ele amado, não importando sua orientação sexual!

Um comentário:

  1. espero o mesmo que vc

    tambem tive conhecimento de situaçoes destas em portugal, e sei como dói, mesmo em adulto e depois de passar pelo processo de mudança de sexo, parece que algo ficou perdido ou foi mal aproveitado, tudo por causa do preconceito

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