A Transexualidade e a Escola:

A palavra do momento é BULLING, ou seja, intolerância que leva a constrangimentos, agressões e algumas vezes à extremos mais graves. E é geralmente praticado principalmente nas escolas, e contra alunos considerados "diferentes", por seus agressores. Seja um aluno obeso, negro, que "estuda demais", ou que tenha uma orientação sexual diferente da maioria.
E é super dificil estudar, concentrar-se e ter ânimo para estar todo dia em um lugar onde somos constantemente hostilizadas (os).
Sei disso porque já senti na pele, já passei por situações que me deixaram sem vontade e coragem de sair de casa, imagine de voltar à escola, lugar onde mais "APRENDIA" que era inadequada para a sociedade e para estudar. E naquele tempo não se falava em bulling, em diversidade sexual, -em transexualidade então- e eu nem sabia ao certo o que eu era!
Sabia (ou sentia) que não era menino, e menina também não, era tudo muito confuso...
Depois de tanto ser ofendida, agredida e humilhada, sai da escola de vez. Desisti de tentar.
Aceitei o lugar para onde tanto diziam ser o meu; a margem e às sobras da sociedade.
Hoje, felizmente caminhamos para mudanças muito positivas, as esferas competentes da educação, ao notarem da urgencia desse tema, tem buscado soluções e investido em ações de prevenção e tolerância, para assim favorecer e fomentar a união e entendimento fundamentados no principio do RESPEITO entre as pessoas. Vemos nos noticiários e na TV várias abordagens sobre o tema; mas tenho uma dúvida:
-Será que adianta mesmo o governo investir, os educadores trabalharem a questão e terem um certo comprometimento e engajamento por parte da maioria dos alunos; se na Mídia em geral (de forma bem mais explicita nos progamas humoristicos), ensina-se e mostra-se à estes mesmos alunos que o "normal", o certo é ridicularizar o gordo, o negro, a "bichinha", etc...?
Pois este é um caminho totalmente inverso ao que o filho fez no cartaz na escola! Ele desenhou pessoas de mãos dadas, e escreveu que não importam as diferenças; e à noite, o pai assiste ao Pânico na TV (programa filha da p...), e morre de rir quando jogam tinta ou tomates na travesti, quando chamam uma mulher gorda de baleia, bagulho, e dizem "num vô", e outras coisas piores que nem sei porque não dou audiêmcia para programas desta categoria (nenhuma).
Mas com as ações, programas e projetos de inclusão e acolhimento (além de leis como a do uso do nome social e uso do banheiro feminino), temos hoje cada vez menor o número de evasão escolar por parte de travestis e transexuais.

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